Infraestrutura de Transportes no Brasil

Por Geovane Gomes

O Brasil está inserido na lista de nações emergentes e tenta se consolidar no horizonte do pleno desenvolvimento. Para tanto, investimentos em infraestrutura de transportes são fundamentais para potencializar o desenvolvimento econômico e elevar o Brasil para o patamar das nações desenvolvidas.

Historicamente o Brasil tem investido menos de 2% do PIB em Infraestrutura, valor muito a quem da grandeza territorial e das necessidades que país exige. Para aumentar a produtividade e competitividade é fundamental elevar o valor investido, bem como a qualidade dos projetos apresentados nas áreas de infraestrutura de transportes a fim de fortalecer e melhorar a infraestrutura do país como um todo.

É sabido que a presença do modal rodoviário dentro da matriz de transporte é forte. Somos um país predominantemente rodoviário com aproximadamente 61% das cargas de transportadas por rodovias, 21% por ferrovias e 12% aquaviário.Segundo a Agência Nacional de Transportes Ferroviário (ANTF,2022), o Brasil possui uma matriz de transportes considerada desbalanceada, tendo um alto percentual de participação do modal rodoviário, o que torna o custo logístico total desfavorável ao Brasil se comparado a outros países de dimensões semelhantes.

Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos por exemplo, a divisão é bem mais equilibrada. O transporte de cargas pela malha ferroviária gira em torno de 43%, enquanto o modal rodoviário ocupa a segunda posição com 32% seguido pelo transporte aquaviário com 25%.

Investir na infraestrutura de transportes, olhando para todos os modais visando buscar o equilíbrio entre os modos, é fundamental para que o país não fique sempre refém do transporte rodoviário. Tal como sentimos quando ocorreu greve dos caminhoneiros em rodovias, aí vem a reflexão, precisamos investir em ferrovias e outros modais….

A partir do ano de 2019 podemos notar uma preocupação recorrente dos governos em buscar o equilíbrio das matrizes de transporte. A gestão do Ministro Tarcísio Gomes de Freitas, à frente do Ministério da Infraestrutura, simbolizou o início de um novo rumo na gestão da infraestrutura, focando no desenvolvimento do transporte ferroviário, aquaviário e aeroportuário.

Como reflexo, no ano de 2020 o Brasil já evidenciou uma melhora na sua posição no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Em pesquisa de opinião sobre a infraestrutura de transporte, conduzida pela Fundação Dom Cabral, empresários brasileiros apontaram melhoras nos quatro indicadores utilizados. A eficiência dos serviços aeroviários teve um salto de 18 posições (de 85 para 67), seguida da eficiência dos serviços portuários, que ganhou 13 posições (104 para 91). A qualidade das rodovias brasileiras melhorou oito posições (116 para 108) e a eficiência das ferrovias melhorou uma posição (86 para 85).

A CNT (2022) destacou a necessidade de desenvolvimento das competências para a logística do futuro, baseada em modais mais eficientes para cada vocação: ferrovias para grandes distâncias e grandes volumes; rodovias para distâncias menores com volumes menores e aquaviário para cargas próximas aos rios navegáveis.

Por fim, é preciso destacar que investimentos em Infraestrutura de Transportes não é um tema de governo, mas sim de Estado! O Brasil precisa da elaboração de um novo arcabouço regulatório para o setor de transportes, visando tornar mais equilibrada a infraestrutura do país, permitindo mais investimentos em todos os setores nos quais o transporte de cargas é pautado.

Assim, a busca pelo pleno desenvolvimento só será possível se tivermos continuidade nos investimentos e mão de obra qualificada para suprir a demanda do mercado.

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